Preciso começar dizendo que sou
muito agradecida a Deus por ter permitido que eu ficasse em casa com a Rafaela
durante 1 ano e quase 9 meses, sem precisar trabalhar. Foram momentos ótimos e
indispensáveis que passei ao lado dela por tempo integral.
Mas, devo confessar que como mãe, ainda achei cedo
largar minha princesa, se bem que, se ela estivesse com 10 anos ainda acharia
cedo demais. Minha mãe nunca trabalhou fora, criou a mim e meus irmão por tempo
integral até irmos para a faculdade, e eu, sempre quis que fosse assim quando tivesse a
minha filha. Mas as coisas não funcionam da maneira como a gente quer, haviam
outras prioridades, não dava simplesmente pra eu ficar em casa e deixar tudo nas costas do marido.
Eu já não estava bem comigo mesma, sabe aquela
sensação de inutilidade?? Entãoo... eu tinha a impressão de que só ficar em
casa com a Rafaela era a mesma coisa que nada, na verdade isso era o que eu sentia que as pessoas pensavam sobre mim (e isso é horrível). Pois só quem passar sabe como é de verdade, não ficamos atoa, ao contrário, não paramos um segundo... é o bebê pra cuidar, trocar, dar
banho, dar mama, dar papa, ninar, brincar, tem a casa pra arrumar, roupas pra lavar, almoço,
etc... Bom, independente disso, eu sabia que precisava ter um salário para
conseguirmos tudo o que queríamos e ficando só em casa não daria
Minha licença durou 4 meses,
peguei 1 Mês de férias, e quando voltei para a empresa onde trabalhava fui
dispensada (encerrou o contrato com a empresa que a mesma prestava serviço),
peguei então 5 meses de seguro desemprego. Somando, foram 10 meses em casa com
minha filha recendo salário, e quando acabou fiquei mais 5 meses, e então
voltei ao trabalho.
Eu já vinha me preparando um
tempo antes, pois sabia que cedo ou tarde teria que voltar. Tenho uma sogra
maravilhosa, que sempre se colocou a disposição para ajudar e ficar com a
Rafaela, apesar de também trabalhar fora. No começo ela ficava com a Rafaela
das 7h as 15h, horário que entrava em seu serviço, depois desse horário a
Rafaela ia para a escolinha/berçário e ficava até as 16h, quando eu passava
para pegá-la. Hoje ela já fica das 7h às 16h somente na escolinha, pois
estávamos pagando um valor considerável pra ela ficar somente 1h lá? Não dá,
né? E ela precisava dessa vida social para o desenvolvimento dela, precisava
ter um contato maior com outras crianças e tudo mais.
Enfim, tudo sempre deu muito
certo, a adaptação dela na escolinha foi ótima, não tive problemas algum em
relação a isso, inclusive, ela já foi nos dando tchau logo no primeiro dia.
Isso com certeza aliviou um pouco minha ansiedade em deixá-la sozinha, mas meu
coração... ahh, esse estava esmagadinho, como ainda fica hoje, eu não queria
ter que deixá-la, não mesmo! Mas era preciso, é preciso! O trabalho é muito
importante para nossa família, e principalmente pra ela que depende e dependerá
de nós por muito tempo ainda, e queremos tudo de melhor pra ela, nosso docinho. E
eu agradeço a Deus por ter preparado tudo tão certinho pra nós. Hoje coloco
tudo isso nas mãos dEle, o que for pra ser, será! Quem sabe eu não volto a cuidar
somente dela, não é?
Estou feliz, pois estamos
conseguindo realizar nossos sonhos. Sou imensamente agradecida por tudo!